Uma pesquisa publicada no final de fevereiro de 2010 na revista científica Nature Genetics identifica novos genes associados à doença celíaca. Os cientistas acreditam que seus resultados possam acelerar o desenvolvimento de novos métodos diagnósticos para a doença, bem como de tratamento.
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A doença celíaca – uma condição auto-imune desencadeada pela ingestão glúten em pessoas geneticamente predispostas – é comum nos países ocidentais, afetando quase 1% da população e causando problemas de absorção de nutrientes, bem como outros problemas de saúde (anemia, fadiga, sintomas gastrointestinais, osteoporose, enxaquecas, dentre outros) quando não tratada.
Agora um novo estudo, envolvendo mais de 60 pesquisadores de diversas instituições internacionais, hospitais e universidades e apoiado pela organização britânica Coeliac UK, foi capaz de identificar novos genes associados ao desenvolvimento da doença celíaca, o que lhes permitiu verificar também que os genes relacionados à doença celíaca também estão associados à várias outras doenças crônicas auto-imunes, como a diabete tipo 1 e a artrite reumatóide.
Além disso, o novo conhecimento genético também possibilitou determinar o envolvimento do timo no desenvolvimento da doença celíaca. O timo é um orgão do sistema imunológico que produz leucócitos (glóbulos brancos presentes no sangue) chamados células T e células B. Tais células tem o papel de defender o organismo contra invasores, como por exemplo bactérias. A pesquisa em questão mostra, a partir do estudo dos genes, que o timo é responsável pela seleção das células T envolvidas na reação auto-imune, em que a mucosa intestinal do celíaco é ‘atacada’.
O estudo mapeou os genes de mais de 4500 portadores da doença celíaca no Reino Unido. Segundo David van Heel, professor de genética gastrointestinal da London School of Medicine and Dentistry e chefe da equipe de pesquisadores que conduziu a pesquisa, os resultados encontrados poderão esclarecer de forma precisa os distúrbios imunológicos que levam ao desenvolvimento da doença celíaca. Segunda a Dra. Wijmenga, também envolvida no estudo, a informação gerada na pesquisa poderá permitir a construção de modelos para estudar a predisposição genética e riscos de uma pessoa desenvolver a doença, bem como o papel de fatores não genéticos, como hábitos alimentares, tempo de amamentação, influência de infecções virais, dentre outros.
Mais Informações: Dubois et al. Multiple common variants for celiac disease influencing immune gene expression. Nature Genetics, 2010; DOI: 10.1038/ng.543
Citar fonte como: Revista Vida sem Glúten e sem Alergias, 2010 (www.vidasemglutenealergias.com)
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