segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Novos avanços no desenvolvimento de uma vacina para a doença celíaca

syringe

Ano passado publicamos uma matéria s obre as pesquisas desenvolvidas por um grupo de pesquisadores australianos, visando o desenvolvimento futuro de uma vacina para a doença celíaca. O artigo gerou bastante interesse, e há duas semanas estes mesmos pesquisadores publicaram uma nova descoberta, a qual representa um avanço significativo no desenvolvimento desta vacina. A notícia teve grande repercussão, tendo sido veiculada em diversos meios de comunicação nacionais e internacionais na semana passada. Nesta edição, explicamos a descoberta dos pesquisadores australianos, e o avanço que esta representa na investigação de um tratamento para a doença celíaca.

Nesta nova pesquisa, publicada na última edição da revista científica Science in Translational Medicine, os pesquisadores identificaram as três substâncias presentes na composição do glúten (3 peptídeos, ou seja, pequenos fragmentos protéicos) responsáveis pela resposta auto-imune desencadeada pela ingestão do glúten em portadores da doença celíaca. A identificação destes ‘peptídeos’ deverá facilitar o desenvolvimento de uma vacina que permita minimizar a reação ao glúten nestes pacientes.

Para chegar à este resultado, os pesquisadores australianos e colaboradores no Reino Unido estudaram mais de 200 portadores da doença celíaca. Durante a pesquisa, os pesquisadores solicitaram aos pacientes que consumissem pequenas porções de alimentos contendo trigo, cevada e centeio (ou seja, alimentos contendo glúten). Seis dias após o consumo, eles coletaram amostras de sangue destes pacientes, as quais foram testadas para verificar a reação imunológica à milhares de peptídeos presentes no glúten. A idéia era determinar qual (ou quais) fragmento do gluten seria o responsável pelo efeito ‘tóxico’ (desencadeando a reação auto-imune) normalmente observado em portadores desta condição. De todos os peptídeos testados, apenas cerca de 90 causaram algum tipo de reação. No entanto, destes 90, apenas 3 desencadearam reações imunológicas severas.

Segundo o Dr. Bob Anderson, responsável pelo desenvolvimento da pesquisa, o fato de que apenas 3 peptídeos presentes no gluten sejam os responsáveis pela maioria das reações facilita o possível desenvolvimento de uma vacina para tratar esta condição.

A descoberta é promissora, mas vale lembrar que ainda é necessário paciência até que um tratamento desta natureza esteja disponível. Segundo a presidente da Associação de Celíacos do Reino Unido, Sarah Sleet, a descoberta representa uma ótima notícia, mas a disponibilidade de um tratamento efetivo e seguro para a doença pode tardar ainda muitos anos.

Segundo o Dr. Bob Anderson, estudos envolvendo uma nova forma de terapia para a doença celíaca (um tipo de imunoterapia) baseados na descoberta serão em breve implementados. A idéia destes estudos é determinar se os pacientes celíacos poderiam tolerar a ingestão do gluten a partir de um tratamento de desensibilização com quantidades muito pequenas destes três peptídeos descobertos. Por enquanto, os portadores da condição devem manter uma dieta sem gluten de forma rigorosa e permanente, e aguardar os novos avanços.

fonte: http://www.vidasemglutenealergias.com/novos-avancos-no-desenvolvimento-de-uma-vacina-para-a-doenca-celiaca/1620/

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